3 min read

Deus é criador do mal

Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.
Isaías 45:7

Não que isso seja surpreendente, na verdade é até óbvio.

Bem e mal são graus diferentes de uma única coisa.

Por esse algo não ter nome fica difícil imaginar, fazendo com que precisemos apelar a exemplos que suportem o entendimento.

A temperatura não é frio nem quente, é simplesmente uma medida.

Se quente ou se frio depende de quem chama.

Para alguns 25° pode ser quente enquanto para outros 30° é quente, e qualquer coisa menor é considerado frio.

O mesmo vale pra altura, não é como se pudesse existir altura sem existir alto ou baixo.

Mais uma vez isso se trata de medidas, para alguns um prédio de 10 metros pode ser baixo enquanto para outros uma casa de 5 metros é alta.

No fim das contas, quente e frio, alto e baixo, amargo e doce, são apelidos pra graus diferentes das mesmas coisas.

De maneira idêntica, o bem e o mal existem por se tratarem de graus diferentes de algo único.

Podemos chamar esse algo de “moralidade” pra ajudar na visualização (ainda que não seja um bom nome).

Compreendemos então que quando determinado grau positivo é atingido na escala da moralidade, temos o bem.

Em contrapartida um grau negativa nessa mesma escala é tido como mal.

Diferente dos exemplos anteriores (temperatura por exemplo), a nomenclatura dos graus não é subjetiva.

O que quero dizer é que não cabe a mim determinar a partir de qual grau algo se torna bom ou mal.

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!
Isaías 5:20

Essas medidas foram dadas e concedidas por Deus, de tal forma que chamar algo mal de bom, não o torna verdadeiramente bom.

Assim como um governo proibir algo bom, fazendo-a parecer mal, não faz daquilo verdadeiramente mal.

Daniel tendo sido proibido de elevar petição a qualquer outro que não o rei, não obedeceu a ordem, o que foi tido como mal diante dos homens (Daniel 6:11-12), mas como justo diante de Deus:

O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
Daniel 6:7-8, 11-12, 22

Deus é o único competente para ditar o que é bom e mau.

Logo, compreendemos que Deus interessado em criar aquilo que chamamos de bem através da “moralidade” automaticamente dá luz ao mal.

Não por que o mal fosse seu intento, mas (mais uma vez), por que bem e mal são consequências lógicas de algo muito mais complexo e maravilhoso. Aquilo que escolhemos chamar neste curto ensaio de “moralidade”.

A dificuldade em compreender isto é por que diferente das escalas numéricas, não se mede um assassinato pra identificar a partir de que ponto ele poderia ser bom.

Não é possível medir uma esmola pra identificar se ela seria má.

Somos obrigados pelas nossas próprias limitações a confiar no dono da árvore da ciência do bem e do mal. Ele tem a régua que distingue luz de trevas e certo de errado.

E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?
Jonas 4:11